Hoje em dia, mais do que nunca, as pessoas estão se preocupando em conhecer a origem dos alimentos que consomem. A agricultura orgânica se fortaleceu e em quase todos os bairros já existem feirinhas de produtos cultivados sem aditivos químicos. Em Aldeia, a oferta de orgânicos ainda é bem pouca, restringe-se a duas, em condomínios fechados, e uma outra que tenta conseguir fornecedores para se estabilizar. Fomos investigar, confira:
Todos os sábados, faça chuva ou faça sol, o agricultor Rafael da Silva Arruda, de 24 anos, se instala com diversas caixas de legumes frescos e orgânicos próximo à sede do condomínio Casa Grande, no km 14 da Estrada de Aldeia.
“Quando a gente chega aqui, às 6h30, já tem cliente esperando”, diz ele, que viaja pouco mais de uma hora para chegar de Glória do Goitá, onde, com a família, cultiva uma área no Sítio Palmeira Velha.
Orgulhoso, mostra o certificado que comprova sua participação no Programa PE Agroecológico, parceria entre o Governo do Estado, organizações não governamentais e associações de produtores com o objetivo de consolidar a agricultura familiar agroecológica.
“Não tem coisa melhor pra quem mora aqui em Aldeia do que ter uma feira como essa dentro do condomínio”, elogia Renata Rocha Souza, 70 anos, que mora com a filha no Condomínio Casa Grande. “Aqui temos uma grande variedade de hortaliças e o melhor é que a gente sabe a procedência, sabe que é tudo saudável. É excelente”.
O agricultor Rafael explica que, apesar de a variedade ser grande, o fornecimento de hortaliças pode variar de uma semana para a outra, dependendo da safra e do clima. “De qualquer forma, sempre temos uma boa oferta de produtos”, diz. Segundo ele, mesmo a feirinha sendo exclusiva para moradores do Casa Grande e convidados, os compradores são fiéis e as vendas sempre compensam o trabalho e o deslocamento.
Também aos sábados, o irmão de Rafael, Francisco de Assis, 27, leva seus caixotes para o condomínio Torquato de Castro I, no km 12,5. Segundo ele, a cada semana vem crescendo o número de pessoas que visitam a feirinha, o que mostra que o boca a boca tem funcionado. Apesar de ser restrita a moradores e convidados, a feira termina servindo a muita gente, já que somente no Torquato I vivem quase 200 famílias.
Para a servidora pública aposentada Dôra Bittencourt, 66, que costumava se acordar às quatro meia da manhã para ir até a feira de orgânicos de Casa Forte, no Recife, ficou bem melhor: agora não precisa mais se levantar tão cedo.
Embora morando em outro condomínio, a sete quilômetros do Torquato, ela frequenta a feirinha do Torquato e garante que a qualidade dos produtos é, em geral, bastante boa. “Os preços também são bons, e espero que a feirinha cresça e que eles possam oferecer ainda mais variedade”.
Além dessas duas, houve uma tentativa de se criar uma feira de orgânicos às terças-feiras em frente à Escola Waldorf Aquarela, no km 4,5. A iniciativa foi de um grupo de pais de alunos da escola, mas eles tiveram dificuldades em conseguir produtores regulares e resolveram suspender a ideia.
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