Você sabia que uma obra de engenharia pode ter um custo bem menor e causar muito menos impacto à natureza se utilizar técnicas de bioconstrução? E que uma parede pode ser viva, interagindo com o ambiente e equilibrando a temperatura interna do imóvel? E que uma casa pode ganhar uma pintura vermelha usando apenas barro e beterraba?
Pois tudo isso faz parte da bioconstrução. No último sábado (11), em Aldeia, foi inaugurada uma igreja do Santo Daime cujas paredes foram levantadas com superadobe – pacotes de barro ensacados que funcionam como tijolos -, e onde os sistemas de fossa e aproveitamento de água também foram construídos seguindo princípios ecológicos.
Tiago Lima, bioconstrutor responsável pela obra em forma de estrela com 12 metros de raio da igreja, explica que além de evitar impacto nos recursos naturais provocados por materiais cozidos – como cimento e tijolos –, a técnica, que usa basicamente barro e madeira, “interage com a natureza”.
“A parede viva é uma construção bioclimática. Com 55 cm de espessura, ela recebe o calor do sol e o transfere lentamente para o interior da casa, equilibrando a temperatura e a deixando até mais fria que o exterior”, diz. Fora isso, a casa orgânica pode ser construída em metade do tempo e a um custo 50% mais barato do que uma casa em modelo tradicional.
Como é baseado em formas milenares de construção, o formato ecológico tem durabilidade e resistência fartamente comprovadas. Em países desenvolvidos, segundo Tiago, já é uma tendência crescente há muito tempo e, no Brasil, “as pessoas estão começando a despertar para uma consciência de maior respeito ao meio ambiente”.
Tiago explica que as técnicas de construção são as mesmas da construção civil tradicional, o que muda são os materiais utilizados: saco biodegradável, barro, água e areia. No reboco é usado um pouco de cimento (10%) e muito barro. Para a pintura pode ser usado cal ou geotinta, feita de barro e algum corante natural como beterraba, açafrão ou café, por exemplo.
Assista ao vídeo com Tiago Lima explicando como funciona a bioconstrução: https://youtu.be/K0tqABqFI-4
Trabalhando com bioconstrução há 4 anos, o aldeiense Tiago Lima participou de diversas formações em vários estados. Fez cursos, por exemplo, na EcoAldeia Flecha da Mata, no Ceará, e na EcoVila Dom José, no Rio Grande do Sul. Ele agora tem uma empresa, a Apolo 100, e pretende investir cada dia mais em projetos ligados à permacultura. Mais informações: (81) 9 9819 7193.
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