Como parte de um acordo de compensação ambiental do Plano de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco, o Governo do Estado está realizando um estudo socioambiental na Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe para o estabelecimento de corredores ecológicos na região.
A implantação dos corredores é um dos principais pontos do Plano de Manejo da APA e, ao ligar áreas de conservação de ecossistemas naturais, possibilita o fluxo de animais e a disseminação de plantas, bem como a recolonização de áreas degradadas.
O estudo, desenvolvido pela empresa paulista Bioflora (vencedora de licitação), prevê o mapeamento de áreas propícias para os corredores e a indicação de estratégias para a implantação deles. Para isso, serão realizadas oficinas de sensibilização com as populações residentes nas áreas para identificar oportunidades de inclusão social a partir da própria Mata Atlântica.
“Pela nossa experiência, sabemos que projetos ambientais só deram certo quando houve participação social”, afirma Verônica Ribeiro, uma das biólogas envolvidas no projeto. Segundo ela, espera-se que as ações sejam hierarquizadas considerando as variáveis sociais e ambientais. “Precisamos inserir as pessoas de todas as classes sociais na lógica da preservação”.
De acordo com Júlia de Sá, coordenadora de equipes da Bioflora, a previsão é que a pesquisa dure um ano. Ao final, o Estado disporia de um banco de dados com diagnóstico atualizado sobre a APA e de um plano de ação traçado de acordo com o que for definido nas oficinas participativas.
A gestora da APA, Cínthia Lima, diz que, depois de levantar informações minuciosas sobre as espécies, solo, vegetação, bacias hidrográficas, ocupação, atividades econômicas, perfil social, entre outras, relativas aos 31.634 hectares que compõem a APA Aldeia-Beberibe, um documento legal deverá ser criado para definir as estratégias específicas de restauração de cada área.
“A APA Aldeia-Beberibe é uma área de extrema importância biológica que abriga inúmeras espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica ameaçadas de extinção, sem falar que dá uma grande contribuição ao fornecimento de água para todo o Grande Recife. Daí a importância vital de reconectarmos os fragmentos de mata, tornando-os conglomerados mais robustos que favoreçam o fluxo do meio biótico”, define Cínthia.
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