O presidente do Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco, Carlos Estima, nos recebeu para uma conversa sobre a PE-27, Estrada de Aldeia, que coleciona problemas que vão desde a falta de drenagem no acostamento, passando pela precariedade da sinalização, até a falta de planejamento para o crescente fluxo de veículos.
Para quase todas os temas abordados, a resposta do gestor foi a mesma: “Não há dinheiro e tudo depende da determinação da Secretaria de Transportes e do governador do Estado”.
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Segundo Estima, o DER tem feito o que pode com os parcos recursos de que dispõe. Isso significa que realiza, como fez recentemente, operações “tapa-buraco”. E só. Quanto à sinalização, ele argumenta que a população mesmo é que danifica as placas, muitas vezes até as arrancando do lugar, como aconteceu com a da lombada do km 8.
Perguntado sobre a intenção da Prefeitura de Camaragibe de vir a gerir a rodovia, o presidente afirmou que desconhece que tenha havido alguma solicitação nesse sentido. “Se houve, foi diretamente ao secretário de Transportes. Aqui não chegou nada”. Em relação ao projeto de Estrada Parque, idealizado pelo Fórum Socioambiental de Aldeia, ele informou que o considera viável, mas até o momento não recebeu o projeto executivo para analisar. “Recebemos da Prefeitura de Camaragibe uma planta baixa, um planejamento, mas estamos no aguardo do projeto executivo para dar o encaminhamento necessário”, informou o presidente.
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“A PE-27 foi pavimentada na década de 1970 sem elevação em relação ao solo, o que impede que a água escoe e por isso o acostamento alaga quando chove. Por isso, somente para recuperar a pista avalio que seriam necessários uns R$ 30 milhões. Para refazê-la, num projeto que incluísse condições de drenagem do acostamento, não sairia por menos de R$ 50 milhões”, calcula Carlos Estima. “Ou seja, apesar de ser uma prioridade para o Governo do Estado, não temos recursos para isso”.
A mobilidade na PE-27 e na PE-05 (Camaragibe, na entrada de Aldeia), cada dia mais complicada, também não está na pauta de planejamento do DER por falta de recursos.
De acordo com o presidente, o DER é o órgão responsável por planejar, construir e conservar as rodovias estaduais, mas a programação das obras é feita diretamente pela Secretaria de Transportes junto com o governador. “Antes o DER fazia tudo, mas hoje, como não há dinheiro, as decisões têm que ser tomadas pela autoridade superior. O DER é apenas o órgão executor”, explica.
Outro assunto tratado durante a entrevista foi a obra emergencial no km 2, na ladeira, em que um trecho da estrada ameaçou desabar no período chuvoso do ano passado. Segundo o diretor do 1º Distrito, Nilson Francisco da Silva, que participou da entrevista, foi colocada uma faixa de asfalto no sentido longitudinal e uma grade de proteção enquanto se espera a liberação de verbas para a obra definitiva. “Estamos aguardando esses recursos para executar a obra”, lamenta.
O diretor informou também que o DER está sem contrato de sinalização, mas se comprometeu a fazer um levantamento da situação das placas na PE-27 para ver o que pode ser feito de imediato. Prometeu ainda dar encaminhamento à solicitação da comunidade feita em 2015, por meio do Fórum Socioambiental, de instalação de uma lombada no km 14, onde a rodovia cruza com a PE-18, e já foram registrados diversos acidentes.
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