A opção feita pelo município de Camaragibe de incluir as chamadas “práticas integrativas e complementares de saúde” nas suas 46 unidades básicas de saúde foi uma aposta mais do que bem sucedida. Os resultados começam a ser sentidos agora, pouco mais de um ano depois.
O maior indicativo disso foi a redução de 35% no número de medicamentos controlados e anti-inflamatórios distribuídos nesse período no município entre a população em geral. E a escolha do programa, entre outros 425, como um dos dez de Pernambuco a concorrer ao prêmio “Atenção Primária Forte: caminho para a saúde universal”, concedido pelo Conselho Nacional de Saúde, no próximo mês.
https://poraqui.com/aldeia/camaragibe-inaugura-galeria-com-feira-de-artesanato-dedicada-a-frida-kahlo/
Ao ofertar práticas integrativas em sua rede, o município ganha duas vezes. A primeira, na economia de gastos com medicamentos e internações. E a segunda, com o recebimento de um incentivo financeiro específico do Ministério da Saúde.
Camaragibe, hoje, junto com Recife e Olinda, é um dos três municípios pernambucanos que seguem essas práticas, segundo o coordenador do programa e secretário adjunto de Saúde, Leonardo Queiroz. E oferece atendimento em reiki, acupuntura, auriculoterapia, cromoterapia e massagens.
Tudo começou, segundo Queiroz, quando a atual gestão assumiu a Prefeitura e verificou o alto número de servidores afastados do trabalho por questões de saúde, tanto física quanto psicológica. O primeiro passo foi a abertura de uma “Sala do Servidor”, na própria sede do governo municipal, onde passaram a ser tratados assuntos administrativos e também problemas de saúde a partir das terapias complementares. Em apenas um ano a redução nos atestados médicos dos servidores foi de 60% e o atendimento foi ampliado para toda a rede de saúde.
“Fomos atrás de capacitar nossos profissionais. Até para a China nós mandamos uma profissional nossa e já realizamos diversas capacitações. Em agosto próximo, por exemplo, estaremos formando 135 técnicos de enfermagem da atenção básica, hospitais e maternidades da cidade na prática do reiki”, diz Leonardo.
A rede de saúde mental, formada por 14 residências terapêuticas e três CAPS, também já está se preparando para atender os pacientes com terapias integrativas.
O uso de práticas integrativas como homeopatia, plantas medicinais, fitoterapia, crenoterapia e medicina antroposófica, é preconizado pelo Ministério da Saúde desde 2016, quando criou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS com o objetivo de “melhorar a qualidade dos serviços e reduzir as diferenças regionais na oferta de ações de saúde”.
Cadastre-se para receber nossa newsletter.