Para uma grande parcela dos moradores de Aldeia, o bairro não é só dormitório, mas um lugar para viver, trabalhar e cuidar. Algumas vezes é preciso mudar o padrão de vida, optar por uma renda menor e um ritmo menos frenético. E em troca ganhar mais qualidade de vida, uma rotina sem o estresse da cidade grande e, principalmente, ter mais tempo.
Quem fez essa escolha não se arrepende. Almerinda Coelho foi dona de várias lojas, passou por diversos ramos e há 13 anos, quando ganhou um neto, resolveu transformar um antigo hobby em profissão e ter mais tempo para si mesma. Moradora de Aldeia há 25 anos, ela passa a semana produzindo bijuterias e nos fins de semana monta seu estande na área aberta da Galeria Boulevard, no km 10.
“Vinte anos atrás, quem morava em Aldeia só dormia aqui e trabalhava no Recife. Hoje em dia muita gente procura ficar por aqui e não precisar enfrentar o trânsito do Recife”, avalia. “Eu mesma optei por ter mais tempo para mim e para minha família e, embora ganhe um pouco menos, tenho muitos outros ganhos que compensam. Aqui circula muita gente, eu faço amizades e levo uma vida sem estresse”.
Sua clientela, cativa, muitas vezes vai à galeria só para bater papo: “Isso aqui termina sendo uma terapia”, se alegra Almerinda, “além de trabalhar, também me divirto e conheço gente”.
“Quando vim de São Paulo, acompanhando minha esposa pernambucana, minha única condição era que morássemos numa casa, pois detesto apartamento. E Aldeia foi a opção ideal, pois não era tão caro e perigoso quanto morar no Recife”, lembra o agrônomo e paisagista paulista Dario Kirschner, morador do bairro há quase três anos. Ele é outro que escolheu viver e trabalhar sem precisar ir para o Recife.
Ele trabalha com consultoria em paisagismo e produz suculentas, cactos, orquídeas e hortaliças condimentárias e aromáticas em sua própria casa. “Eu percebi que todos os fornecedores dessas plantas eram do Sudeste. Foi então que enxerguei uma boa oportunidade de negócio e resolvi produzir aqui”, explica.
Hoje, vendendo pela internet e em feirinhas locais, Dario já é conhecido na região, especialmente por seus charmosos minijardins de suculentas. Ele usa uma técnica inovadora em que as plantas sobrevivem sem terra em superfícies inusitadas como pedras, rolhas, vidro, metais e cerâmica. Quanto aos preços, ele brinca: “Vão de R$ 7 ao infinito”.
Outra que conseguiu se organizar para viver o dia a dia em Aldeia foi a artesã Ciça Portela, que tem um ateliê de patchwork – o Dona Vela Patchwork – em sua casa, no km 5.
“Para mim não tem preço poder trabalhar na minha própria casa, sem precisar perder longas horas no trânsito, e ter tempo para atender meus clientes com tranquilidade. Tenho a chance de conhecer melhor as pessoas e muitos clientes se tornam grandes amigos”, conta. Turismóloga de formação, Ciça divulga seu trabalho basicamente pela internet e no boca a boca.
Com mais de 2 mil seguidores no Instagram, recebe encomendas o ano inteiro, quase todas de moradores de Aldeia, que a conhecem dos grupos de Whatsapp e Facebook e de suas participações em feiras de artesanato na região.
A Dona Vela Patchwork tem um vasto portfólio com todo tipo de bolsinhas, carteiras, nécessaires, além de lancheiras térmicas e mochilas, tudo feito à mão com os coloridíssimos tecidos escolhidos pessoalmente por cada cliente.
Almerinda Coelho – (081) 99637 1143 Ciça Portela (Dona Vela Patchwork) – (081) 99927 3877 Face: donavelapatchwork Insta: @patchworkdonavela Dario Kirschner (Sistema Equilibrio Paisagismo) – (081) 99555 2110 www.sistemaequilibrio.com.br Face: sistemaequilibriopaisagismo Insta: @sistemaequilibrio
Post publicado originalmente em junho de 2017 e atualizado em outubro de 2018
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