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Qual é a nossa culpa no surgimento das pandemias?

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Mariana Guenther
5 de abril de 2020

Até onde sabemos, o vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, foi transmitido aos humanos pelo contato com animais silvestres, provavelmente morcegos ou pangolins (1). Isso quer dizer que o vírus naturalmente presente nesses animais evoluiu para formas capazes de infectar humanos.

Doenças virais originadas em animais silvestres infelizmente são nossas velhas conhecidas. O vírus HIV e o vírus da febre amarela (YFV) provavelmente foram transmitidos aos humanos por símios ou por macacos; o Ebolavirus foi provavelmente transmitido por morcegos; e, mais recentemente, os coronavírus causadores da SARS em 2002-2003 (SARS-CoV) e da MERS em 2012 (MERS-CoV) são provavelmente originários de morcegos e foram transmitidos para humanos por hospedeiros intermediários como as civetas e os camelos (1).

Essa transmissão ocorre quando há contato entre os humanos e os animais silvestres, ou entre estes e os animais domésticos, e destes para os humanos, como foi o caso do vírus H5N1 causador da gripe aviária de 2003, transmitido pelas aves (foto abaixo), e do vírus H1N1, causador da gripe pandêmica de 1918 (conhecida como “gripe espanhola”), e posteriormente da gripe suína de 2009, transmitida aos humanos pelos porcos.


Por que tais doenças têm emergido com mais frequência?

Esse contato entre nós e os animais silvestres tem sido cada vez maior e mais frequente, como resultado da nossa expansão e ocupação dos habitats naturais desses animais.

As mudanças climáticas e nossos impactos sobre a fauna e a flora, como a poluição, o desmatamento e a caça predatória, por exemplo, têm alterado o modo de vida dos animais – onde vivem, como vivem e o que comem. 

As cidades cada vez mais vêm se tornando habitats propícios para a vida silvestre, como ratos, pombos, gambás, morcegos, e em outros países, esquilos, macacos e guaxinins, que encontram alimento em maior quantidade do que nos seus habitats naturais – o nosso “lixo”, e conseguem se reproduzir mais por não encontrarem tantos predadores naturais.


O que nos parece, à primeira vista, uma invasão desses animais nas cidades, nada mais é do que a nossa invasão em seus habitats naturais, e o aumento da transmissão dessas doenças é o resultado dessa maior interação.

Os ambientes naturais abrigam uma alta diversidade de espécies de animais, plantas, fungos, bactérias, e também uma grande diversidade de vírus que vivem ali em uma relação harmônica. Quando interferimos nesse ambiente, perturbamos essa relação e nos tornamos vulneráveis a esses vírus. Mas nós, ao contrário das espécies que convivem com eles ao longo de milhares de anos, não temos defesas naturais, e assim as epidemias acontecem.

Além disso, vivemos cada vez mais aglomerados nas cidades, com condições precárias de higiene, muitas vezes sem saneamento básico, nos deslocando em transportes lotados, respirando o ar poluído pelos nossos próprios veículos. Todas essas condições contribuem para a transmissão de doenças, como essa pandemia que estamos vivendo atualmente.

É possível que tenhamos novas pandemias como essa no futuro?

Infelizmente, sim. A Covid-19 não foi uma surpresa. Desde a explosão da SARS em 2002-2003, pesquisadores e epidemiologistas já haviam apontado para o perigo dos mercados de animais silvestres (2), prováveis focos da SARS e da Covid-19, e da reincidência de doenças como essa. 

O comércio de animais silvestres não é, no entanto, exclusividade dos chineses. O tráfico de animais silvestres é uma das atividades mais lucrativas do planeta, e no Brasil, apesar dessa prática ser considerada crime ambiental, não é diferente. 

A captura de animais silvestres para colecionadores e zoológicos particulares, para fins científicos sem a devida autorização (biopirataria), para lojas de animais de estimação (pet shops) e para a produção de adornos e artesanatos onde se utilizam pele, couro, penas, escamas e presas, entre outras partes dos animais, estão entre as principais causas de extinção de espécies animais e contribuem também para a transmissão de doenças.

Muitos animais silvestres são capturados também para alimentação, seja por serem “exóticos”, seja por não haver outra opção. No Brasil, a carne de tatu, por exemplo, é bastante consumida, apesar da caça desses animais ser ilegal (foto abaixo). Além de algumas espécies de tatu estarem em extinção, estudos recentes mostraram que eles podem transmitir a bactéria Mycobacterium leprae, causadora da hanseníase (3). 

O que nós podemos fazer para nos prevenir de novas pandemias como a Covid-19?

Estamos percebendo como a pesquisa científica tem sido fundamental no combate à Covid-19, como também foi em epidemias anteriores. O sequenciamento do genoma do novo coronavírus (4) logo após o surgimento dos primeiros casos, por exemplo, foi fundamental para o conhecimento da doença, o rastreamento da possível origem do vírus, e as pesquisas para o desenvolvimento o quanto antes de medicamentos e vacinas por cientistas do mundo todo. 
O estudo prévio de outros vírus presentes na natureza que ainda não tenham infectado os humanos nos permitirá o desenvolvimento de vacinas e medicamentos antes de chegarmos a uma situação pandêmica como essa no futuro.
Mas todos nós temos que fazer nossa parte. Uma das lições mais importantes que essa pandemia tem nos ensinado é que toda ação resulta em uma reação, uma resposta. Estamos sentindo o resultado do impacto que temos imposto ao planeta ao longo desses vários anos.
Podemos, no entanto, aprender e reagir, revendo nossas atitudes em relação ao ambiente, cuidando dos nossos resíduos (lixo, esgotos, gases liberados para a atmosfera), e denunciando atividades criminosas como o desmatamento, as queimadas e a venda de animais silvestres. Não sabemos quando estaremos livres da Covid-19 e nem quando novas pandemias como essa podem surgir, mas sabemos como elas podem surgir e o que podemos fazer para evitá-las. 
E se você tiver perguntas ou dúvidas sobre esse assunto ou tiver sugestões de outros temas a serem tratados na nossa coluna, deixe nos comentários ou envie um e-mail para [email protected] com o título “Aldeia da gente”.
Imagens:
1 – Guaxinim procurando lixo. Fonte: Missouri Department of Conservation;
2 – Coleta de amostras de animais infectados pela gripe aviária. Fonte: The Guardian;
3 – Cena do filme “Over the hedge” (“Os sem floresta”) – EUA, 2006. Direção: Karey Kirkpatrick, Tim Johnson – recomendo para assistir com as crianças!;
4 – Tatus apreendidos pela Polícia Civil no interior de São Paulo. Fonte: Estadão/Polícia Civil.
Links: 
(1) https://www.aldeiadagente.com.br/ciencia-e-saude/noticia/2020/03/19/meu-pet-pode-se-infectar-e-transmitir-o-coronavirus
(2) https://cmr.asm.org/content/cmr/20/4/660.full.pdf
(3) https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0006532
(4) https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2001017

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