Se tudo correr como previsto, a partir do próximo mês a segurança pública em Aldeia deve começar a escrever um novo capítulo na sua história. Por provocação da sociedade civil organizada (leia-se Fórum Socioambiental de Aldeia) e com a sensibilização dos poderes públicos, um centro integrado de segurança passará a funcionar, com sede no km 10,5, com efetivos 24 horas da Polícia Militar e dos órgãos de segurança da Prefeitura de Camaragibe. E, a cereja do bolo: será inaugurada também uma central de monitoramento em tempo real das câmeras do projeto De Olho em Aldeia, criado e financiado pela comunidade.
“Do total de 96 câmeras previstas para abranger toda a Estrada de Aldeia, já temos 27 em funcionamento, mas as imagens ficam gravadas num datacenter e são usadas mediante requisição às polícias Civil e/ou Militar”, explica o presidente do Fórum, Herbert Tejo. “Com a central instalada, as ocorrências serão flagradas e o tempo de resposta será infinitamente menor”, ressalta. O projeto deve entrar agora numa fase de ampliação, com a busca de novos parceiros, para cobrir toda a extensão da PE-27.
Vitória da comunidade: a PM vai voltar para Aldeia!
Começa mais uma etapa do videomonitoramento da PE-27
A Polícia Militar de Pernambuco chega com duas boas novas: a volta da 3a Companhia do 20o Batalhão para Aldeia, depois de quase dois anos fora daqui, e a implantação do sistema de policiamento comunitário Koban, metologia japonesa baseada em ações de prevenção à violência e ao crime.
O centro de segurança funcionará na frente do Parque Aldeia dos Camarás, em dois contêineres alugados pela Prefeitura de Camaragibe. Um deles será a base da 3a Companhia, que atende a toda a região de Aldeia, de Tabatinga a Chã de Cruz. E a outra alojará o efetivo do Koban e um representante da Guarda Municipal de Camaragibe que ficará responsável pela central de monitoramento do De Olho em Aldeia.
O coordenador estadual de Policiamento Comunitário – Sistema Koban, coronel José Cícero de Oliveira Jr., explica que a filosofia do sistema é de uma polícia integrada com a comunidade e os atores públicos. “Entendemos que segurança pública não é coisa de polícia. É uma pauta de todos”, resume. Treinado no Japão, o coronel conta que o conceito aprendido lá teve adaptações à cultura local, mas atende a um só propósito: desenvolver uma rede de parcerias entre a polícia, os moradores, o comércio, as escolas e todos que fazem parte da comunidade para a criação de um ambiente seguro.
“Aldeia poderá se tornar um exemplo de policiamento comunitário bem sucedido, até para outras partes do país, por já possuir uma comunidade organizada e forte. Posso dizer que foi o esforço da comunidade, por meio do Fórum Socioambiental, que articulou com a Polícia Militar e a gestão municipal, a vinda do Koban para Aldeia”, testemunha o coronel Oliveira. “Isso é primordial para o sucesso do programa”.
O coordenador do Koban conta como funciona o projeto. Segundo ele, serão 20 policiais trabalhando com rotatividade mínima – exatamente para criar vínculos com a comunidade – em visitas aos moradores e em contato com eles no próprio parque onde o contêiner está instalado. A ideia é que haja uma vigilância contínua da região e se desenvolva nas pessoas uma maior confiança na polícia. Para isso serão desenvolvidas ações de mobilização social, disponibilizados canais de comunicação via whatsapp e os policiais participarão dos eventos locais.
O sistema Koban em Pernambuco, segundo o coronel, já funciona desde 2018. Está em Boa Viagem, Paulista e Caruaru. Até o fim do ano, além de Aldeia, chegará também ao Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes. Os resultados até agora, diz, têm sido bastante positivos.
“Temos observado queda nos índices de crimes violentos contra o patrimônio e percebido que a população reconhece um clima de maior segurança nos locais onde já implantamos o sistema. Como nosso foco está na prevenção, nossa eficácia não é medida pela queda na quantidade de ocorrências, mas na ausência de crimes”.
Ainda segundo o coordenador, o Koban tem uma abrangência limitada a uma área de 12 km² que inclui o centro comercial de Aldeia e as comunidades de Vera Cruz, Pau Ferro, Piim e Indaiá. Numa segunda etapa utilizará como apoio à vigilância drones e regimento montado (cavalaria).
Por parte da Prefeitura Municipal, que cedeu o espaço e está bancando o aluguel dos contêineres, a Guarda Municipal, a Brigada Ambiental e o ROMU (Rondas Municipais) já estão trabalhando juntas, cada uma com sua viatura, com dedicação exclusiva à região de Aldeia. A informação é do secretário de Segurança Pública, coronel Marcílio Rossini.
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