A partir desta sexta-feira acontece o I Festival de Teatro de Aldeia, com cinco espetáculos em três locais distintos. A iniciativa é do Coletivo Grão Comum e da Casa de Xamanismo Centro Da Terra. O tema desta primeira edição é A natureza vai se transformar em arte e homenageia o Totem, grupo olindense fundado em 1988 e que se tornou referência por promover uma arte híbrida que usa linguagens estéticas unindo dança, audiovisual e temas que celebram e consagram a relevância histórica dos povos originários.
O primeiro espetáculo, na sexta (15/9), será Itaêotá, encenado no espaço Aldeia da Vida (km 8), às 20h. A partir de uma encenação ritualística, numa sucessão de performances corporais e uma música de fusão entre o primitivo ou raiz e a música contemporânea e tecnológica, o grupo Totem mostra um corpo tomado por duas forças, a do caos e a ancestral que, a partir do contato com elementos naturais simbólicos, passa a se descolar do antropoceno em direção a um devir ancestral, colocado como o futuro possível para a humanidade. Itaêotá é um chamado – direcionado ao inconsciente coletivo – de arquétipos perdidos no tempo e de que, há muito, grande parte da humanidade se distanciou.
No sábado, 16/9, também a partir das 20h, Maria Paula Costa Rego, Clarice Nejar, Jhanaina Gomes e Jr. Aguiar farão performances artísticas (teatro, dança e literatura) na sede da Universidade Aberta do Terapeuta (Unate), que fica no km 4,5.
No domingo, 17/9, o espetáculo lítero-musical O Menestrel tem início às 19h no Condado Encantado, situado no km 7 de Aldeia. Com performances de Márcio Fecher, Felipe Silva e Fábio Silva, a exibição é baseada em O Guardador de Rebanhos, conjunto de poemas escritos por Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.
Na quinta-feira da semana seguinte, 21/9, também no Condado Encantado, às 20h, será a vez de Në rope – a fertilidade da nossa origem, que conta a história de um jornalista que, ao viajar à Amazônia para cobrir o assassinato do filho de um xamã curandeiro e a invasão de terras pelo garimpo ilegal, sofre uma emboscada e fica entre a vida e a morte. Enquanto é curado em um ritual de pajelança, adentra nos campos misteriosos do astral e do inconsciente coletivo da América Latina e reencontra “a fertilidade da nossa origem”. Após despertar, retorna a Brasília e participa de um julgamento histórico e do acampamento Terra Livre, onde os povos originários clamam por justiça.
O quinto e último espetáculo do festival acontece fora de Aldeia, no Teatro Barreto Júnior, no Pina, na sexta (22), às 20h. A ação descentralizada, segundo os organizadores, visa a comemorar o aniversário do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, com a apresentação do premiado espetáculo pa(IDEIA) – Pedagogia da Libertação, com Jr. Aguiar e Daniel Barros.
O espetáculo, eminentemente participativo, propõe um diálogo – sempre a partir da reflexão social – que não deixa ninguém à margem da vida nacional. Estreou em 2016 e foi indicado para seis prêmios, ganhando o troféu Apacepe/2017 nas categorias Iluminação, Trilha Sonora e Ator Coadjuvante. No festival Abril para o Teatro ganhou os prêmios de Melhor Espetáculo, Direção e Ator Coadjuvante. Em 2022, foi selecionado pelo Consulado Americano através do Edital EUA-BRASIL com a execução do projeto Paulo Freire vai à Escola.
I Festival de Teatro de Aldeia
De 15 a 22/9.
Aldeia da Vida
R. dos Canções, 663 / Estrada de Aldeia – km 8
Informações com Isabelle Santos – 81 99805-6077
Unate
Rua Humberto Teixeira, 251 / Estrada de Aldeia – km 4,5
Informações com Leonardo de Paiva – 81 98812-2715
Condado Encantado
Av. Franco Gondin, 1850 / Estrada de Aldeia – km 7
Informações com Carlos Melo – 81 99807-7319
Os ingressos podem ser comprados pelo Sympla ou adquiridos na bilheteria de cada espaço.
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