Apesar de muito se falar, hoje em dia, em sustentabilidade e preservação ambiental, fato é que a maioria das pessoas não pensa muito no quanto seu dia a dia impacta na natureza. Quanto cada um gasta de energia, de água, o quanto desperdiça. Quanto lixo produz e o que faz desse lixo. A questão, além de cultural, tem a ver com o lado econômico. O senso comum diz que é caro adotar certas medidas que diminuiriam o impacto ambiental individual, mas há quem prove que, a longo prazo, o investimento traz benefícios também financeiros.
Em Aldeia, encontramos o casal Diva e Rogério Pinho (foto), donos de uma produtora de vídeo e moradores do bairro há quase uma década. Há três meses conseguiram realizar um sonho antigo: instalar placas fotovoltaicas para gerar energia solar suficiente para toda a casa. A conta de luz, que chegava a R$ 600, baixou para R$ 75 (taxa de disponibilidade da Celpe). Agora, além de utilizarem uma energia limpa, terão o investimento de volta em menos de cinco anos.
Quando construíram a casa em que moram, num condomínio no km 12,5, Diva e Rogério já pensavam em torná-la o mais sustentável possível. O primeiro passo foi instalar o aquecimento solar de toda a parte hidráulica e, graças a isso, nunca pagaram pela energia gasta nos chuveiros e torneiras da casa.
“Nossa vontade, desde o início, era ter toda a energia da casa movida à luz solar, mas era muito caro”, conta Diva. “Três anos atrás fizemos orçamentos com empresas locais e de São Paulo e não saía por menos de R$ 60 mil instalar o sistema para a casa toda. Era impraticável”. Agora, com a disseminação maior da técnica, os preços caíram pela metade e o casal conseguiu o resultado que queria – um sistema que gera até 850 kWh/mês – investindo R$ 34,2 mil.
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“Instalamos 24 módulos fotovoltaicos de 280 watts cada e mais um inversor solar de 6 kWh”, especifica o engenheiro Lucas França (foto abaixo), da empresa Aton, contratada pelo casal de Aldeia. “Isso significa que o sistema é capaz de gerar toda a energia utilizada na casa, onde moram cinco pessoas e funcionam cinco tevês, quatro ar-condicionados, computadores, lavadora de roupa, ferro de passar, e ainda um excedente, que pode ser poupado ou compartilhado com outro imóvel que esteja inscrito com o mesmo CPF do proprietário da casa”, detalha.
Para uma casa média, com três moradores, Lucas calcula que seja preciso investir, atualmente, cerca de R$ 15 mil para instalar a energia renovável e mais uns R$ 7 mil para o aquecimento da água. “O importante é que seja dito que o investimento em energia solar é recuperado, com a economia nas contas de luz, em cinco anos. E o aquecimento da água se paga entre dois e três anos”.
Cerca de 90% dos módulos solares (feitos em células de silício) vendidos no Brasil, segundo o engenheiro, vêm da China. A vida útil deles é de 25 anos. Isso quer dizer que em 25 anos eles devem estar produzindo pelo menos 80% da energia que produzem hoje, caso contrário são substituídos.
Para instalar um sistema de energia solar em casa, basta contratar uma das quase cem empresas que atuam em Pernambuco e aguardar. A própria empresa se encarrega de resolver a burocracia exigida pela Celpe e em cerca de um mês as placas podem já estar funcionando. Como os módulos caseiros funcionam como mini usinas de geração de energia, há necessidade de que a companhia de eletricidade autorize sua instalação. E como está conectada à rede elétrica, há um pequeno inconveniente: toda vez que falta energia, o sistema interrompe a geração automaticamente.
Para Diva e Rogério, o investimento tem valido muito a pena. Eles, que já separam o lixo produzido em casa, têm uma pequena horta e pensam em reaproveitar a água do banho para outros usos, dizem que há como unir o útil ao agradável para ser mais sustentável. “Agora que produzimos nossa própria energia vamos fechar o escritório que temos no Recife e trabalhar em casa. Dá pra economizar combustível, evitar mais poluição do ar e ainda ganhar em qualidade de vida”, comemora Rogério.
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