Nesta sexta começam os jogos da Copa do Mundo, as festas juninas já pipocam por aí, tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas e os nossos pets, como é que ficam nessas épocas festivas em que tudo é motivo para se estourar fogos de artifício?
No último fim de semana, o cãozinho Don, de 7 anos, pulou do primeiro andar de sua casa e deslocou a rótula da bacia, assustado com os fogos que os vizinhos soltavam. Sua dona, Ana Luiza de Alcântara, ficou desesperada e terminou tendo que levar o cão para uma cirurgia que durou uma hora e meia.
https://poraqui.com/aldeia/condominio-faz-campanha-contra-fogos-e-baloes-a-natureza-agradece/
O fato virou o assunto mais comentado nas redes sociais de Aldeia e vários criadores de cães e gatos manifestaram sua preocupação com o assunto e relataram suas próprias experiências. A representante da indústria farmacêutica Marcela Arruda Pereira, dona do Golden Retriever Theo, planeja fazer uma mobilização para sensibilizar os moradores de Aldeia e sugerir um projeto de lei municipal proibindo o uso de bombas.
“Todo ano, quando vai chegando essa época do ano eu vou ficando estressada. Há dois anos nem consigo ir para a festa do condomínio, porque Theo sofre muito, fica no quarto se tremendo eu fico com ele. As pessoas não respeitam, soltam bombas com barulhos estrondosos. Me deu uma dor muito grande saber do caso de Don. Vi que o problema vai muito além do meu, mas as pessoas ficam caladas”, opina Marcela.
Ela lembra que “moramos num local onde a gente busca paz, silêncio, mas infelizmente está chegando aqui em cima tudo o que a gente não queria, a quebra dessa paz”. Moradora do condomínio Bela Aldeia Village, no km 6, ela diz que vai tentar mobilizar mais pessoas para pensar numa campanha e sensibilização.
Andréia Freitas, empresária e moradora de Aldeia há quatro anos, tem quatro cães, entre eles Grants, de 7 anos, que entra em pânico quando começa a temporada de fogos. “Ele fica desesperado, chegou perto de convulsionar”, conta Andréia. No ano passado, segundo ela, aconteceu de ela chegar em casa e encontrar tudo sujo de sangue. Era Grants que havia se machucado tentando morder e arranhar a grade de casa para entrar, assustado.
Ela diz que já tentou todas as táticas, e hoje em dia é obrigada a dar medicamento para acalmar o cão. “Ele chega a dormir, coitado, sedado. Mas é a única forma que encontrei de aliviar o sofrimento dele”, lamenta.
Já Marineide Barreto, professora, perdeu um cachorro, Sheik, poodle toy de 13 anos, por conta dos fogos de São João. Ele ficou tão apavorado com o barulho, que se enforcou ao tentar fugir da varanda para dentro de casa. “Ele latiu muito, mas não percebi que estava tão apavorado. Aí ele pulou e ficou preso pela coleira no tamborete. Nunca mais eu quis criar um animal”, testemunha.
Pierre, o bassehound de Mabele Batista, sofria de síndrome do pânico quando era São João e fim de ano. “A única coisa que resolvia era dar calmante pra ele. A gente já sabia, toda vez que começava essa época era a mesma coisa, porque ele ficava realmente muito aperreado”.
Vera Portela, criadora de gatos, também está no grupo das que querem acabar com o uso de fogos em Aldeia. Moradora do km 5, ela diz que sua gata Tica, de seis meses, ficou muito perturbada com as duas baterias de fogos (uma à tarde e outra à noite) que foram disparadas durante a Festa de Seu Zezu, no último sábado. “Pensei que ela ia enfartar, ficou de um lado para o outro, correndo feito uma doida e pulando pra cima e pra baixo”, relata Vera.’É um crime, os animais também merecem respeito’.
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