Nesta época do ano em que o índice de chuvas chega ao mínimo na região de Aldeia, os incêndios florestais são cada vez mais recorrentes e perigosos. O mau hábito de tocar fogo nas folhas e no lixo termina causando sérios danos não só materiais, mas também à fauna e à flora e à saúde humana. Será que estamos preparados para controlar grandes incêndios?
No início do mês, dia 4, vizinhos da Chácara Marissanga, no km 2,5, perceberam um fogo alto vindo de lá e se apressaram a ligar para os números de emergência 190 e 193. Era por volta de 18h30 e o socorro só veio chegar três horas mais tarde.
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O aposentado Carlam Bezerra Salles conta que percebeu o incêndio na propriedade vizinha quando as labaredas já estavam com uns cinco metros de altura.
“Vi a hora do fogaréu perder o controle e pegar na mata. Naquela hora vi meu vizinho jogando água da piscina com um balde na tentativa de apagar o fogo e comecei a ligar para a Brigada Ambiental. Depois de responder a um longo interrogatório sobre a minha identidade e as condições do incêndio, informaram que naquele número (153) só atendiam a casos relacionados a trânsito”, conta Carlam.
Com a ajuda de um outro morador da região, Hibernon Souza Cruz, o aposentado chegou a dar quase dez telefonemas para outros números de emergência até que um carro do Corpo de Bombeiros que estava atendendo a uma chamada em Prazeres foi acionado e deslocou-se para Aldeia.
“Quando chegaram aqui já era mais de 21h e, se não fosse a piscina, eles não teriam feito nada, pois o carro deles veio sem água. Era um carro grande, com três bombeiros, que emendaram as mangueiras, puxaram água da piscina e por fim conseguiram debelar o fogo. No dia seguinte ainda havia muita fumaça. Foi um sufoco danado”, lembra.
Em setembro do ano passado, como noticiou o PorAqui, 36 pessoas receberam uma capacitação do Prevfogo (programa do Ibama para controle e prevenção de incêndios florestais) para atuarem como brigadistas de incêndio em Aldeia. O grupo até se autointitulou Brigada Pioneira Aldeia dos Camarás, mas depois que o treinamento se encerrou não foi dado nenhum encaminhamento e os brigadistas se dispersaram.
Hoje os aldeienses não sabem para quem ligar nem que providências esperar em caso de incêndio, seja de pequeno porte, seja de grandes proporções
No caso específico de Camaragibe, os guardas ambientais treinados pelo Ibama não dispõem de material para atuar – como abafadores, por exemplo –, o que, segundo cálculos do Prevfogo, importaria num investimento de apenas R$ 3 mil.
Em nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana e Segurança Cidadã informou que “está em busca de parceria para implementação de uma sede de Corpo de Bombeiros na cidade, já que apenas a Brigada Ambiental Municipal não é suficiente para cobertura total do município, inclusive o bairro de Aldeia, onde há o maior número de incidentes nesta época do ano por conta da vasta área ambiental. Os policiais da brigada realizarão atendimentos com todo patrimônio ameaçado de destruição por conta de incêndios, bem como resgate de vítimas e animais”.
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