No início deste ano, aos 24 de idade, Catharina Albuquerque saiu da casa da mãe, com quem morava, para realizar um sonho. Alugou uma pequena casa rodeada de espaço verde em Aldeia e abriu a Casa da Cath, uma modalidade de hotelzinho para cães totalmente inovadora criada por ela para receber os “hóspedes” como se fossem sua própria família.
“A primeira coisa pra se hospedar aqui é um dia de adaptação. O cão fica 24 horas para sentir se gosta de mim e do ambiente, pois seu bem-estar é minha principal preocupação”, explica Cath. Depois, estando adaptado, difícil vai ser levar o cãozinho de volta pra casa, pois na Casa da Cath a diversão é garantida.
A partir das 8h e até às 15h30 eles ficam soltos pelo terreno, correndo, pulando e brincando com a própria Catharina, que não sai de perto dos cães nem um instantinho sequer. “Como aqui eles ficam livres na natureza, a gente tem que ter um cuidado especial, porque pode aparecer algum bicho ou um deles pode se prender em alguma planta ou cerca. Gosto de ficar de olhos bem abertos”, diz.
A cada três ou quatro horas os donos do cão recebem uma foto ou um vídeo para acompanhar o dia a dia de seu pet. Um dos mimos que Catharina costuma enviar para os clientes são dublagens dos cãezinhos conversando ou cantando, cada um com uma voz diferente e engraçada. Cath se diverte fazendo e os clientes adoram!
Além das brincadeiras no jardim, os cães são mimados o tempo todo por Catharina. Ela gosta de produzir coxinhas, picolés, biscoitinhos especiais e outras delícias caninas. No momento até planeja construir uma horta no quintal para cultivar pessoalmente os ingredientes dos petiscos naturais que gosta de servir aos hóspedes.
Quando chega a hora dos mosquitos, por volta das 15h30, Catharina recolhe todos os cães (que podem ser, no máximo, 20) para dentro de casa e é o momento do relaxamento. Ela liga o ar-condicionado, acende um incenso para bebês, coloca um mantra para tocar e se deita no chão da sala junto com os animais. Segundo ela, em meia hora estão todos calmos e prontos para dormir. Uns dormem na sala, outros no quarto dela. “Aqui ninguém dorme em gaiola nem em canil. São todos da casa e cada um escolhe onde quer dormir”, ressalta.
Segunda casa
Apesar de estar no novo endereço há cinco meses, Catharina já vinha trabalhando com “hospedagem domiciliar afetiva canina” há cerca de dois anos, quando ainda morava com a mãe. Sua publicidade é unicamente via Instagram, onde tem mais ou menos 3 mil seguidores. Ela conta que a maioria dos clientes vêm do Recife.
A servidora pública Rafaela Dias, 34 anos, por exemplo, mora em Casa Forte, e deixa seu buldogue francês Mike Ross, de 1 ano e meio, sob os cuidados de Catharina, quando precisa. “Conheci há pouco tempo a Casa da Cath, mas já é a quarta vez que deixo Mikito aqui. Ele adora e fica até deprimido quando vai embora, passa uns três dias cansado de tanto brincar. Aqui já é a segunda casa dele e Catharina é tipo uma madrinha pra ele”, brinca Rafaela.
A relação de Catharina com os cães que recebe é de mãe e filhos. Ela chama todos de filhos, beija e abraça cada um, rola no chão com eles e está sempre atenta a cada detalhe. Ela diz que até quando precisa ir ao banheiro coloca todos dentro de casa para que nada aconteça longe da vista dela.
No caso de alguma emergência médica, avisa Catharina, há uma clínica veterinária 24 horas a 500 metros de sua casa e além disso ela conta com a ajuda de um médico veterinário que atende em domicílio.
Para se hospedar na Casa da Cath, que fica no km 4,5 da Estrada de Aldeia, é preciso apresentar carteira de vacinação atualizada, estar com vermífugo em dia e proteção contra pulgas, carrapatos e mosquitos. O telefone é (081) 99780 8000 e o insta: @casadacath
No início de julho, Cath realizou mais um sonho: comprou uma cabrinha, a quem deu o nome de Tyfanny Gerusa. ‘É um cabracachorro, praticamente um cãozinho’, diz ela, de tão à vontade que o caprino se sente entre os outros pets.
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