Na próxima terça-feira, 21, a partir das 8h, os moradores de Aldeia são esperados para uma reunião técnico-informativa no auditório do Horto de Dois Irmãos que vai tratar da instalação da Usina Termoelétrica Pau-Ferro II pela Epesa (Centrais Elétricas de Pernambuco S.A), em Aldeia. A reunião deve atrair pessoas interessadas em entender melhor quais os pontos positivos e negativos de uma unidade desse tipo na sua vizinhança. A Epesa já opera atualmente duas termelétricas no mesmo local, uma área de 18 hectares próxima à Barragem de Botafogo.
O advogado da Epesa, Dr. Álvaro Pereira, explica que a Pau-Ferro II substituirá a Usina Pau-Ferro I, que será desinstalada à medida que a nova for sendo instalada. Segundo ele, “a diferença positiva é que a Pau-Ferro II, além de causar menores impactos que a já existente, virá com uma energia mais limpa e mudará a forma de abastecimento, de óleo para gás, que é uma forma mais limpa e sustentável”.
Já o presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, argumenta que é preciso levar em conta que a nova unidade, por ser movida a gás, terá um custo muito menor e, portanto, funcionará em tempo muito superior às atuais usinas a diesel, que são bastante caras.
“Mesmo considerando que seja verdadeira a premissa do fechamento das duas unidades que operam com diesel, é preciso se compreender algo chave nesse processo, as duas usinas que o documento afirma que serão desativadas, em realidade não operam desde 2015 porque são as mais caras no sistema. Agora o que vai acontecer é que passaremos a ter, em vez de duas usinas inoperantes, uma operante e com produção 30% superior ao potencialmente disponível pelas duas “substituídas”. Em resumo, estaremos substituindo uma fonte de poluição apenas latente por uma fonte de poluição real e ativa. Para o meio ambiente e para nossa saúde não haverá ganho. Ao contrário, haverá maior poluição atmosférica.’
O Fórum Socioambiental, que solicitou a reunião de terça-feira, questiona a presença desse tipo de empreendimento dentro de uma área que é de proteção ambiental, a APA Aldeia-Beberibe. “O que está em pauta é o funcionamento de termelétricas numa unidade de conservação, a única no Estado cujo bioma é 100% Mata Atlântica e num território onde se encontram os últimos resíduos da Mata, já completamente fragmentados”, questiona Herbert Tejo.
Os moradores de Aldeia estão sendo instados a debater o assunto nas redes sociais, e terão a oportunidade de ouvir os dois lados na reunião técnico-informativa. Estarão presentes, além dos representantes da Epesa e do Fórum, autoridades estaduais das áreas de meio ambiente, Justiça e políticas públicas metropolitanas.
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