Na quinta-feira (16/09), o Conselho Gestor da APA Aldeia-Beberibe solicitou à Assembleia Legislativa de Pernambuco a instalação de uma audiência pública para discutir a implantação da Escola de Sargentos de Armas (ESA) em Aldeia. Pernambuco vem disputando a sede da escola com outros dois estados, mas o impacto de uma instituição como esta, que traria cerca de 10 mil novos moradores para a região, precisa ser amplamente debatido com a sociedade.
O documento enviado pelo Conselho Gestor à Alepe argumenta que existem alternativas à área do Exército no km 20 (Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti – CIMNC), já que este é o maior fragmento de Mata Atlântica acima do Rio Francisco em nosso estado e é uma área de proteção ambiental.
Segundo a gestora da APA, Cinthia Lima, até agora não houve nenhuma discussão com a sociedade sobre o assunto. “Diante das informações veiculadas na mídia sobre a proposta de instalação da Escola de Sargentos no CIMNC resolvemos recorrer à ALEPE para solicitar a abertura de um diálogo sobre o projeto. Afinal, se instalada no local indicado, CIMNC, a escola poderá afetar de forma drástica a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos prestados pela Mata Atlântica que existe ali”, diz Cinthia.
Já para o presidente de Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, o impacto da devastação da Mata do CIMNC, resultante da supressão que pode ultrapassar 150 hectares de floresta para a implantação da ESA, produzirá um prejuízo incalculável ao meio ambiente, sobretudo aos rios e nascentes encravados naquela floresta, que inclusive alimentam o Sistema Botafogo e, de forma geral, ao bioma Mata Atlântica. “Quanto mais será necessário destruir de florestas para se compreender que a capacidade de suporte ambiental dos ecossistemas na APA Aldeia Beberibe está exaurida?”, questiona Tejo.
O texto endereçado à ALEPE pelo CG da APA Aldeia-Beberibe lembra que o Conselho não se opõe à criação da ESA, mas assegura a necessidade de se buscar um local alternativo para sua construção de modo a “assegurar a manutenção da diversidade biológica da Mata Atlântica de Pernambuco e a integridade biótica e abiótica desse ecossistema”.
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