Em tempos de turbulências políticas, muito se ouve sobre a participação popular, o direito de voto, a importância de cada cidadão se manifestar. Mas será que quem muda de endereço, especialmente se é uma mudança para perto, se preocupa em mudar também de domicílio eleitoral?
Aldeia, por exemplo, é uma região bem próxima do Recife e muita gente que se muda para cá nem sabe a que município pertence – Aldeia não é distrito nem bairro, é uma região que perpassa sete municípios: Recife, Camaragibe, São Lourenço, Araçoiaba, Paudalho, Abreu e Lima e Paulista.
Para participar da vida da região e das melhorias que se deseja ver implantadas, é preciso estar atento, transferir o voto (se ainda não o fez) e, mais importante, procurar conhecer os candidatos, escolher o que mais representa suas ideias e acompanhar a atuação do seu escolhido (se eleito), cobrando dele o que foi prometido. E nunca, jamais, trocar ou vender o voto por nada!
Fomos ouvir pessoas que moram em Aldeia e votam em quem se candidata para trabalhar pela região. Com a palavra, os moradores:
Gilka Caminha, arquiteta urbanista
“Meu lema sempre foi ‘quem ama, cuida!’, por isso acho que não podemos apenas assistir aos desmandos políticos, temos que ser fiscais da coisa pública. Voto em Camaragibe desde 2002 por acreditar no pleno exercício da cidadania através da participação social nas ações de controle e definições de políticas públicas. Desde então não sou apenas expectadora do processo político de Camaragibe, mas participo ativamente de diálogos setoriais, na fiscalização da atuação do Legislativo e no gasto público”.
Gilberto Dias, engenheiro eletricista
“A cidade é o espaço físico onde moramos e usufruímos dos serviços que ela nos oferece. A infraestrutura comum, que possibilita a convivência neste espaço, é provida direta ou indiretamente por uma estrutura pública dirigida por pessoas eleitas pelos votos da população residente, daí ser imperativo o voto dos cidadãos que, por meio dos representantes, passam a administrar a cidade. Não votar no local de residência é se omitir desta responsabilidade e abdicar de um direito fundamental da cidadania. Voto em Camaragibe desde que vim para Aldeia, há cinco anos.”
Betânia Cavalcante, cabeleireira
“Sou nascida e criada aqui em Aldeia e fiquei muito feliz quando, em 1995, o candidato a quem dei meu primeiro voto cumpriu a promessa que tinha feito e ampliou a escola onde eu estudava. Depois cheguei a ser presidente do grêmio da escola e conheci de perto muitos políticos. Por isso sei que muitos deles não têm caráter e daí a importância, hoje mais do que nunca, de escolhermos bem em quem votar. Como convivo com muita gente no salão, sempre incentivo os novos moradores a transferirem o título para cá, a conhecerem o passado dos candidatos e as propostas de cada um, para depois poderem cobrar”.
Eliana Linhares, analista ambiental aposentada
“Moro há 26 anos em Aldeia e transferi meu título para cá porque acho importante votar no local em que vivo. Assim, posso cobrar da classe política o cumprimento das promessas de campanha que sempre são esquecidas depois que eles se elegem. Faz algum tempo que venho anulando meu voto por não ver ninguém que o mereça, mas considero importante estar sempre vigilante”.
Transferir o título é um processo bastante simples: basta agendar atendimento pelo site do TRE e comparecer no dia e horário marcado levando o título antigo e um comprovante de residência. A única ressalva é que é preciso estar morando no local há pelo menos três meses e não ter trocado de domicílio eleitoral nos últimos doze meses.
Se o seu título já corresponde ao seu endereço residencial, lembre-se de comparecer ao cartório eleitoral para fazer a biometria (se você for eleitor de Camaragibe ou São Lourenço).
Pronto! Agora é só esperar as próximas eleições e fazer a sua parte!
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