Numa visita de apenas três horas, o médico e observador de pássaros Afonso Amorim identificou 55 espécies no condomínio Haras de Aldeia. A “expedição” aconteceu na última sexta-feira, 5/3, quando ele aceitou o convite do morador Sérgio Cabral – seu colega no grupo Observadores de Aves de Pernambuco (OAP) – para conhecer o local. “Se estivéssemos acompanhados de outros especialistas e tivéssemos passado um dia inteiro, com certeza teríamos identificado mais de cem espécies”, conta Afonso, entusiasmado.
O local foi considerado ideal para a atividade de observação de pássaros por ser seguro, de fácil acesso e com bastante mata (fica ao lado da área florestal do Exército, no km 20). Entre as aves que os dois amigos conseguiram identificar estão algumas raridades, como o surucuá-de-barriga-vermelha, japacanim, gavião-de-cauda-barrada, beija-flor preto e curió.
Afonso Amorim conta que desde criança gostava de observar os passarinhos que seu avô criava. E que três décadas depois comprou um sítio em Limoeiro, onde gostava de admirar o canto dos pássaros, mas foi só em 2004 que ele encontrou o OAP na internet e resolveu se engajar. Desde então passou a ler bastante, estudar os cantos pela plataforma Wikiaves e viajar para lugares – até no exterior – onde possa encontrar aves diferentes. Munido de binóculos e uma cadernetinha, ele vai anotando suas descobertas.
“É um hobby que não se esgota nunca e até nos ensina a ser mais humildes, porque quanto mais a gente aprende, mais a gente descobre que sabe pouco”, diz. Ele explica que a identificação das aves não é simples, já que pode variar de acordo com a hora do dia, com a idade do animal e até em função da região onde ele ocorre. Sim, aves também têm sotaques! Geralmente, quando não conseguem identificar um canto, os observadores gravam para depois compartilhar com os colegas.
O grupo Observadores de Aves de Pernambuco, que tem um perfil no facebook com mais de 600 seguidores, foi criado na década de 1980 é composto por pessoas de todas as idades e perfis.
As espécies identificadas no Haras foram: bem-te-vi, bentevizinho-do-topete-vermelho, guaracava-de-barriga-amarela, bem-te-vi-do-bico-chato, pitiguari, sanhaçu-do-coqueiro, saíra-amarela, sebito, suiriri, relojinho, bem-te-vi-pirata, corruíra, canário-de-folha, canário-da-terra, lavandeira, frango-d’água-azul, jaçanã, arapaçu-verde, beija-flor-de garganta-azul, beija-flor-preto, sabiá-laranjeira, beija-flor-de-barriga-branca, sabiá-branco, guriatã, tuim, urubu-de-cabeça-preta, urubu-de-cabeça-amarela, carcará, gavião-carijó, gavião-de-rabo barrado, sanã-castanha, chupim, japacanim, asa-de-talha pálido, rolinha-roxa, rolinha-fogo pagou, juriti, gemedeira, anu-preto, garrinchão-pau-avô, alma-de-gato, pica-pau pequeno, pica-pau-anão, pica-pau-da-banda-branca, pica-pau-verde-barrado, curutié, casaca-de-couro-da lama, curió, quero-quero, bico-de-agulha, socó-boi, choca-barrada do nordeste, andorinha-de-rio, andorinha-doméstica grande, pipira-preta, surucuá-de-barriga-vermelha.
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