A ativista e diretora-executiva da Nossa América Verde Sylvia Siqueira, moradora de Aldeia, embarca no próximo dia 29/10 para Gasglow, na Escócia, onde participará do maior evento mundial sobre mudanças climáticas, a COP-26, organizada pelas Nações Unidas. Sylvia, que viaja em companhia de mais dois representantes da entidade, participará de seminários e reuniões com parlamentares e organizações parceiras de diversos países defendendo “uma agenda de justiça climática e socioeconômica na América Latina”. Ela diz que o foco maior da sua participação estará voltado para a última semana, quando as negociações ganham peso em torno de temas como gênero, financiamento e energia.
“O que a gente espera é que as decisões dessa COP não só respondam diretamente à questão do clima, mas incluam preocupações com temas como mobilidade – como propor um transporte coletivo acessível e movido a energia limpa e a inclusão da bicicleta no trânsito de forma segura – e alimentação. A gente sabe que apesar de a fome ter crescido muito nos últimos anos em todo o mundo, e especialmente na América Latina, nossa produção agropecuária é voltada para a exportação e, pior, é o setor que mais emite gases do efeito estufa”, explica Sylvia.
A Nossa América Verde foi fundada em 2020 para articular ativistas, sociedade civil organizada e lideranças políticas latino-americanas em torno de um Plano de Recuperação Econômica com Justiça Social e Ambiental 2020-2030, documento que propõe 14 medidas concretas para uma transformação produtiva, econômica e social para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e enfrentar a pobreza, as desigualdades e o racismo ambiental.
Segundo Sylvia Siqueira, a participação de uma organização como a Nossa América Verde é de extrema importância principalmente porque os países do sul global foram os mais prejudicados em termos de presença na COP26. Além da questão econômica, considerando a crise que vivemos e a cotação da libra em relação a moedas como o real, houve uma dificuldade criada pela inconsistência do Reino Unido em relação às vacinas. “No início não estavam aceitando determinadas vacinas. Depois, não se sabia se haveria hotel para a quarentena, que seria de 20 dias, passou para dez e agora vai ser de cinco”, conta a aldeiense, lamentando ainda que no Brasil, os deputados não foram liberados pelo presidente da Câmara para ir ao evento.
“Por tudo isso, o que vemos é que, no momento em que a gente mais precisa tomar decisões que afetam a dinâmica do sul global, é o sul global quem está mais prejudicado de participação. Quem estiver lá, portanto, vai ter que atuar com toda força”, destaca.
Estaremos torcendo por uma COP transformadora!
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