Demétrio Barreto Cordeiro tem 45 anos e mora em Aldeia há oito. Ele e a esposa, Carla Araújo, têm uma empresa de turismo e, há 30 anos, ele também trabalha como cinotécnico (adestrador de cães). Na semana passada, Demétrio teve uma ideia que poderá salvar a vida de muitos animais silvestres na nossa região.
Depois de observar a grande quantidade de atropelamentos, especialmente de bichos-preguiça, criou uma campanha nas redes sociais alertando os motoristas para que diminuam a velocidade na Estrada de Aldeia. Agora procura parceiros para produzir placas e sinalizar a PE-27.
“Tenho muita pena de ver uma preguiça tentando atravessar a pista e percebo que as pessoas andam cada vez numa velocidade mais alta aqui em Aldeia, principalmente os visitantes, nos fins de semana, que vêm estressados para cá e não estão acostumados com a estrada”, testemunha Demétrio.
Ele, que já salvou tantas preguiças que já perdeu as contas, diz que por terem a cor cinza, parecida com a do asfalto, as preguiças se confundem com a estrada e por isso correm tanto perigo, além da lentidão natural do animal. Ele explica que elas são animais dóceis e que não machucam o ser humano com suas garras se abraçadas por trás para o resgate.
De acordo com a bióloga Tatiana Clericuzi, do Centro de Triagem Tangará (da CPRH), as preguiças costumam atravessar a pista quando, por causa do desmatamento, ficam sem alimento, ou fugindo de queimadas. E acontece muito também de elas serem eletrocutadas na rede elétrica.
Segundo a bióloga, uma campanha como a idealizada por Demétrio é de uma importância enorme porque o número de animais atropelados – e não só de preguiças – na Estrada de Aldeia é muito grande. “Há muitas raposas, saguis, jabutis, além de vários tipos de aves como corujas e gaviões, que morrem atropelados todos os dias. Os motoristas precisam realmente ser alertados para tomarem mais cuidado”, opina Tatiana.
Fazendo seu “trabalho de formiguinha”, criando as artes da campanha e divulgando entre clientes e amigos, Demétrio sonha em sensibilizar as pessoas e, quem sabe, conseguir despertar a consciência de quem tiver condições de dar maior visibilidade ao problema dos atropelamentos.
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