Quem passa pela discreta casa de tijolo aparente no finalzinho da Estrada de Aldeia antes de chegar a Chã de Cruz (km 19) não imagina o que se passa ali dentro. De segunda a sexta, faça chuva ou faça sol, cinco mulheres trabalham ali cortando frutas e legumes em pedacinhos minúsculos, mexendo panelões e mais panelões de doces e compotas e depois higienizando e embalando cuidadosamente centenas de vidros que vão abastecer as prateleiras de lojas em vários municípios pernambucanos, entre elas a Casa dos Frios, Diplomata e Pescadero.
Fazendinha Doce Caseiro é a marca e as grandes responsáveis pelo sucesso são Dinary e Flávia Coutinho, mãe e filha, que hoje contam com a ajuda de outras três mulheres na produção, mais um motorista.
“Tudo começou com a minha mãe fazendo doces e meu pai vendendo pra amigos e parentes”, conta Flávia. “Sempre quis que o negócio crescesse, mas não tinha condições trabalhando sozinha”, lembra a mãe.
Em 2012 finalmente a filha caçula (de quatro) Flávia resolveu que era hora de deixar o trabalho na Assembleia Legislativa e seguir os passos da mãe juntando-se a ela na produção dos doces caseiros.
Ao iniciar a formalização da empresa, quase desistiram diante das dificuldades encontradas. Flávia conta que saiu chorando da Apevisa na primeira entrevista que teve lá, pois o funcionário que a atendeu disse, entre outras coisas, que ela teria que derrubar a casa que havia alugado para a fábrica e construir outra no lugar, tantas eram as exigências sanitárias.
“No final a gente fez tudo direitinho, adaptamos a casa para atender todas as exigências e em três meses recebemos a licença”, recorda, aliviada.
Desde então ela e a mãe se dedicam integralmente à produção de doces – que hoje é de 4 mil potes/mês – e mais recentemente, de geleias e antepastos. “Percebemos que havia muita gente evitando doces por questões de saúde e também estética e então tivemos a ideia de ampliar nosso leque de produtos com os antepastos e geleias”, explica Flávia. “E temos tido uma aceitação surpreendente, apesar de serem dois produtos que ainda não fazem parte da tradição em nossa região”.
Dinary, aos 74 anos, diz que trabalha muito mas gosta muito do que faz. Ela conta que foi o trabalho que a salvou da depressão depois que perdeu o marido, Geraldo Campelo, que faleceu no ano passado.
“Meu marido, na verdade, é quem foi o grande incentivador”, conta, lembrando que ele foi quem abriu caminho para o sucesso da marca, contactando os revendedores e cativando a clientela, que até hoje recebe as duas empresárias com o carinho que recebia Seu Geraldo.
Diariamente Dinary e Flávia saem do apartamento onde moram, nos Aflitos (querem voltar a morar em Aldeia em breve) antes das seis da manhã. Quase todos os dias passam na Ceasa antes de seguirem para Aldeia, pois as frutas e legumes têm que estar sempre frescos. E de lá vão botar a mão na massa, produzindo e supervisionando cada detalhe da produção.
Atualmente a Fazendinha produz doces de caju, goiaba, jaca, mamão com coco, banana, mamão, laranja-da-terra, abacaxi, batata doce e baba de moça, além de doce de leite, que pode ser puro, talhado, com ameixa, com morango ou com goiaba. O pote, com 750g, sai a 18 reais se comprado diretamente no produtor.
Já os antepastos podem ser com açúcar (cebola com vinho e agridoce de pepino) ou sem açúcar (alho poró, abobrinha, berinjela, pimentão com gengibre e tomate picante. As geleias artesanais são: com pimenta (pimenta, pimentão com pimenta e abacaxi com pimenta) e sem pimenta (morango, pimentão e goiaba). Os potes, que variam de 200 a 260g, tanto de geleira como de antepasto, custam R$ 15 a unidade. Tudo 100% natural, garantem as empresárias.
Em Aldeia os produtos da Fazendinha são vendidos nos maiores supermercados (Villa Aldeia e Bomde+), em eventos como a Feira de Orquídeas, e em domicílio nas terças e sextas-feiras (pedidos acima de cinco unidades), sem taxa de entrega, pelo telefone (081) 99719-6974.
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