Um pequeno mercadinho que, com mais de 50 anos, sobrevive ao “progresso” que chegou a Aldeia nos últimos anos, mantém seu perfil familiar e esconde uma surpresa que só a clientela fiel e um ou outro apreciador conhece. A Barraca do Victor, no km 6,5 (em frente à EIA/GGE), é gerenciada pela segunda geração da família e entre os artigos básicos de alimentação e limpeza, dispõe de uma estante com mais de cem rótulos de cachaça.
Wellington Guerra, 43, é o filho de Severino José Paulo – cujo apelido de infância, Victor, dá nome ao negócio – que, junto com os irmãos Alexsandra e Wilson, toma conta da barraca. E faz questão de chamar a loja de barraca mesmo.
“Nascemos dentro dessa barraca”, relembra Wellington, “e passamos nossa infância por aqui, já ajudando nosso pai. Queremos manter o negócio assim mesmo, pequeno, com nossos clientes antigos que hoje são também nossos amigos”.
Segundo o comerciante, o pai chegou em Aldeia, vindo de Surubim, para trabalhar como caseiro numa granja. Junto com a esposa, Maria do Amparo, montou uma barraquinha do outro lado da pista (em relação à barraca atual) para vender carvão, bebida e picolé de saquinho. Naquela época, 52 anos atrás, Aldeia era outra e poucos carros passavam pela estrada.
“Aí, quando lançaram um loteamento do lado de cá, meu pai comprou uns lotes e construiu a barraca. A gente morava no andar de cima e com o tempo fomos quebrando uma parede e outra, aumentando devagarzinho e a barraca ficou como é hoje”, conta Wellington. Victor faleceu no ano passado e desde então os filhos tomaram a frente do negócio.
A quantidade de cachaças, que chama atenção de quem entra na barraca, se deve ao gosto do próprio Wellington pela bebida. “De tanto gostar eu fui comprando e agora tenho mais de cem tipos diferentes, das mais baratas às mais caras”, revela. Os rótulos, de origens diversas, variam de R$ 5 a R$ 300. “Tem gente que aparece só para comprar uma boa cachaça quando quer presentear um amigo”, diz. Além de cachaça, ele tem também um bom sortimento de vinhos e uísques.
Um dos estabelecimentos mais antigos de Aldeia, a barraca tem todas as características de vendinha do interior, com expositores de salgadinhos e frutas na calçada. Wellington não parece se preocupar com a modernidade. E se pensa na concorrência, com a chegada de supermercados grandes em Aldeia? O comerciante tem a resposta na ponta da língua: “A concorrência não mexe comigo. Quem mexe comigo é o governo, que, aliás, mexe com todo mundo. Agora mesmo, veja de quanto foi o aumento da energia elétrica!”.
A Barraca do Victor funciona de domingo a domingo, sempre a partir das 7h. De segunda a sábado fecha às 19h e nos domingos o expediente se encerra às 13h. E faz entrega em domicílio, atendendo pelo telefone (081) 3459-1238.
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