O hábito de tocar fogo no lixo é um problema que vem sendo cada dia mais discutido nos grupos de WhatsApp de Aldeia. Muita gente acha que é uma atitude inofensiva e fácil para se livrar das podas, galhos e folhas de seus terrenos. O problema é que a fumaça é altamente nociva ao solo, à fauna, à flora e à saúde humana, e nesta época mais seca do ano, aumenta muito o risco de incêndios florestais, pois é quando o fogo se propaga com mais rapidez.
Em Aldeia, com tantos condomínios e chácaras, raramente o lixo orgânico é transformado em compostagem ou recolhido para um local adequado. Também os agricultores têm o costume de fazer queimadas para limpar e preparar o solo para o plantio. O fogo, então, muitas vezes atinge as matas, reduzindo a cobertura vegetal, diminuindo a fertilidade do solo e comprometendo a qualidade do ar.
Para evitar o fogo, é preciso uma conscientização maior dos moradores e funcionários dos condomínios e das granjas. E para controlar o fogo, quando ele se transforma em incêndio florestal, os moradores têm algumas opções, mas nem sempre efetivas.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de Camaragibe, Maviael Reimine, a Brigada Ambiental do município, composta por oito pessoas, não está pronta para combater incêndios florestais por falta de equipamentos. “Não basta ter capacitação de brigadista, temos que ter os equipamentos adequados para o combate. O trabalho da Brigada é fazer o patrulhamento e, ao identificar alguma situação de incêndio, acionar o Corpo de Bombeiros”, explica.
O patrulhamento citado pelo secretário é feito de forma “rotineira e irregular”. Segundo uma fonte que não quis se identificar, a Brigada Ambiental tem vivido um momento complicado, com desvio de função e falta de interesse da gestão. “A Brigada, que faz parte da Guarda Municipal, está praticamente extinta. Até a fiscalização que era feita nas matas de Aldeia e do Privê Vermont deixou de ser feita. O cuidado com o meio ambiente não é prioridade nesta gestão”, lamenta a fonte.
Já segundo o secretário Reimine, a Guarda Municipal vem conversando até com o Fórum Socioambiental de Aldeia, que reúne moradores da região, para buscar uma estratégia de combate às queimadas. Ele informa que, ao receber uma denúncia (pelo telefone 153), a Brigada vai ao local verificar a veracidade e a extensão do problema, aciona os Bombeiros e funciona como apoio ao trabalho do Governo do Estado, inclusive ajudando na localização do evento, que às vezes é de difícil identificação.
Se você vir um foco de incêndio não controlado, ou seja, disseminado na natureza, siga os passos a seguir:
1. Se o crime estiver acontecendo, houver um incendiário no local, registre o protocolo e tente acionar a 3ª Cia da Polícia Militar (190).
2. Se for incêndio florestal, ligue para o Corpo de Bombeiros (193). Se o fogo for de grandes proporções e em local de difícil localização, peça apoio à Brigada Ambiental de Camaragibe (153 ou 4356-7100) para auxiliar os bombeiros, inclusive na identificação da área.
3. Se possível, abra um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, especialmente se o autor for identificado. Essa é uma providência importante para evitar a recorrência das queimadas.
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