…e da Felicidade Comunitária de Aldeia. Com esse nome, tão longo e inspirador, um grupo de moradores está vivenciando uma das primeiras experiências de economia do bem comum do Brasil a partir do cultivo e comércio de alimentos orgânicos e ecológicos. A rede segue princípios já utilizados em países da Europa que têm como fio condutor a solidariedade, a democracia e a transparência.
Na rede de Aldeia foram estabelecidos dois grupos: os que produzem (chamados de hortelãos e horteloas) e os que participam ativamente das ações e consomem (apoiadores e consumidores solidários). Os objetivos comuns são produzir o próprio alimento, compartilhar produtos com qualidade garantida e estimular a convivência solidária entre as pessoas.
A agrônoma Simone Miranda, uma das criadoras da Rede, explica que para fazer parte da rede basta se comprometer em agir com transparência e participar efetivamente das atividades propostas, como os mutirões de implantação das hortas, colheita e oficinas. “Economia do Bem Comum é um novo modelo de economia, contrário ao capitalismo neoliberal. E quem faz parte da rede tem que participar concretamente, botar a mão na terra”, diz.
Atualmente a rede tem 25 hortelãos e horteloas de diferentes perfis, entre eles um casal da Várzea que mora em apartamento, um produtor de cogumelos que possui 16 hectares de terra em Paudalho, e outro casal que tem uma agroflorestal em seu quintal.
Feira
A produção semanal é colhida aos domingos e vendida no mesmo dia, na MelhiHorta, que é o espaço, no km 12, onde atualmente está a maior área cultivada do grupo. Os hortelãos e horteloas que tiverem excedentes em suas hortas levam os produtos para trocar por outros e vender na feirinha.
Já o grupo dos consumidores solidários recebe antecipadamente uma lista com os produtos disponíveis na semana e suas encomendas já ficam reservadas para o domingo. Além dos hortifrútis produzidos pela rede, uma agricultora orgânica de Glória do Goitá passou a fazer parte como produtora parceira. Agricultora familiar com registro no Ministério da Agricultura, ela fornece os produtos que não estão sendo plantados pela rede, aumentando a diversidade da oferta.
O professor Marcos Costa Lima (foto), consumidor solidário, acha “a iniciativa formidável porque além de ser uma opção para quem quer ter uma alimentação sem pesticidas, a rede tem princípios filosóficos bem definidos e refletem a necessidade da sociedade atual de agir com mais solidariedade e parcerias”.
A também professora Tatiana Ferraz (foto), que acaba de conhecer a rede, explica que foi atraída pela proposta por uma questão de saúde, mas também política. “Eu entendo o grupo como um núcleo de resistência política, sobretudo nesses tempos em que estamos vendo tanto retrocesso nas áreas social e ambiental, e com a liberação de uso de novos agrotóxicos. Estou conhecendo como consumidora, mas pretendo em breve, quem sabe, começar a produzir também”.
Para fazer parte da rede ou obter mais informações, os contatos são: Simone Miranda (81) 99769-5236 ou Clara Philips (81) 9 9926-9074.
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