Se sossego começa a se tornar artigo raro nas proximidades da Estrada de Aldeia, com a chegada de novos moradores a cada dia e a invasão do comércio na beira da pista, ainda é possível encontrar alguns recantos escondidinhos onde aproveitar uma refeição caseira, feita sem pressa, em ambiente tranquilo e cercado de natureza.
Encontramos o Tempo, o Canto da Lena, e o Rei da Cabidela, três restaurantes completamente diferentes, mas que têm em comum o funcionamento num ritmo próprio, sem pressa, e o cuidado com a qualidade da comida e o bem-estar dos clientes.
O Canto da Lena é o mais escondidinho, fica a uns dois quilômetros da PE-27, entrando na Chã da Peroba. Com uma baiana no comando, Helena Santana Ehmann, o carro-chefe do restaurante não poderia deixar de ser a moqueca de peixe (R$ 60). Igual sucesso fazem, porém, o Feijão Adubado da Lena (R$ 35) e o arrumadinho de carne de sol (R$ 35), todos suficientes para duas pessoas. O casquinho de aratu (R$ 15) é, entre os petiscos, o mais pedido.
Funcionando no terraço da casa de Helena, o restaurante é tocado por ela mesma e seu filho Bernardo, que tem casa no mesmo terreno, cercado de mata por todos os lados. O charme do ambiente e o tempero da baiana tem atraído clientes no boca a boca e o ideal é ligar pra reservar mesa, especialmente nos domingos, quando costuma encher.
O desembargador Fausto Campos, 64, que há 8 anos participa de uma cavalgada nas manhãs de sábado com os amigos do Haras Aparthorse, conta que já é um costume do grupo dar uma paradinha no Canto da Lena para o almoço. ‘É o melhor restaurante de Aldeia’, elogia ele.
Para se informar mais e reservar mesas, é preciso ligar para 3432 1389 ou 9 9966 7989.
Na altura do km 11, entrando na rua do homecenter que está prestes a ser inaugurado – e em frente à Escola Conectividade –, um terraço superventilado de pé direito alto com móveis rústicos e música suave é onde Herculano Toscano, de 54 anos, recebe as pessoas que desejam comer bem e sem pressa.
‘Chamo isso aqui de Tempo exatamente porque costumo avisar a quem chega que quem não tem tempo deve ir a um fast food. Aqui eu converso com as pessoas, vejo o que elas querem comer e faço os pratos na hora, combinando os ingredientes e acompanhamentos de acordo com o que o cliente gosta’, conta.
O restaurante, que não tem placa, tem uma cozinha envidraçada, fazendo com que os clientes vejam Herculano na cozinha e vice-versa. E em breve, adianta ele, haverá um espaço no próprio terraço onde os clientes que desejarem poderão, eles mesmos, cozinhar. Mas isso ainda é uma novidade que está sendo guardada para “o tempo certo”.
O Tempo funciona há 4 anos e a divulgação é meramente o boca a boca. Quem quiser fazer um evento lá precisa ligar e combinar o cardápio e a quantidade de convidados. O cardápio, aliás, é variadíssimo. Pode-se optar pela costela de porco com molho barbecue e chips de batata doce, linguicinha matuta, carne de sol de porco, frango, rabada, camarão, polvo, risotos, massas, ou um tradicional filé ao molho madeira.
Segundo Herculano, o tíquete médio, com bebida, é de R$ 50. Funciona quartas, quintas e sextas-feiras à noite e sábados e domingos para almoço. É aconselhável telefonar para reservar: 9 9601 3772.
A três quilômetros da Estrada de Aldeia pela entrada do Oitenta está o restaurante O Rei da Cabidela, do casal Genilda Maria dos Santos, 50, e João Correia dos Santos Neto, 49. Num ambiente bem simples, estilo ‘boteco’, com som alto tocando música brega, o restaurante é daqueles que tem como atrativo mesmo a excelência da comida e o clima de cidade do interior.
Os amantes da cabidela vêm descobrindo no boca a boca e já há gente vindo do Recife só para provar da famosa galinha ao molho pardo.
“Apesar da crise, não temos tido muito do que reclamar não”, empolga-se Neto. “A cada semana o movimento aumenta”. Segundo ele, o casal chega a vender até 40 pratos somente de cabidela num único fim de semana. Neto conta que tudo começou com o Bar do João, que teve com a esposa entre 2002 e 2005, ali mesmo no Oitenta.
Naquela época ele servia a cabidela como tira-gosto e o sucesso já era enorme. Mas aí ele se mudou para São Paulo e lá passou “os piores anos da vida, porque o lugar da gente é aqui mesmo”. E na volta resolveu apostar na cabidela e acertou em cheio.
Os preços, além do tempero elogiadíssimo de Neto, são outro atrativo do local. Um prato de cabidela completa (acompanhado por arroz, feijão, farofa e vinagrete), que serve quatro pessoas, sai por R$ 45. A cabidela para petisco custa R$ 30. Outras opções da casa são carne de sol na brasa com queijo coalho (R$ 40), costela no bafo (R$ 55), arrumadinho de carne de sol (R$ 30) e arrumadinho de charque (R$ 25). Todos os pratos, ressalta o proprietário, são para quatro pessoas.
O Rei da Cabidela funciona de terça a domingo apenas para almoço. O telefone para maiores informações é 9 9169 3468.
Cadastre-se para receber nossa newsletter.